quarta-feira, 21 de junho de 2017


Eu poderia ter evitado


     Não sei como foi que me descobriram naquele fim de mundo, entocado entre os xiquexiques, tatus pebas e preás, escondido na cabana de um tio lá pelos arredores do Gavião.

     Eu acabara de fazer um serviço difícil em Feira de Santana, dado cabo de um empresário que vivia cercado de seguranças, tudo polícia, e tirava uns dias para assentar a poeira e descansar os dedos. Pouco antes, fora um sujeito envolvido com a política, desafeto do prefeito, segundo disseram, “metido a comunista, inimigo da lei e da ordem”.

     Mil novecentos e oitenta e dois foi um ano complicado.

     O sujeito que me procurou e me descobriu durante o banho de tanque, no mesmo alagadiço onde na infância contraí ameba e esquistossomose, se apresentou como enviado de um grupo estrangeiro “com ramificações” no mundo todo.

     – Italianos – arrotou, como se fosse o emissário do Papa.

     Pensei em dizer “Grandes merdas!”, mas não disse nada. Aprendi, com a idade e a experiência, que quem diz tudo o que pensa às vezes não vive nem para desdizer, e que tem horas na vida que a sabedoria manda se fingir de doente só para ser visitado.

     Olhei o céu – fazia um sol de lascar! –, recolhi o suor com os dedos e despejei quase nos pés do mensageiro:

   

      – E é, rapaz?...

     Arranquei um talo de capim e comecei a chupar a cepa, sugando o líquido docinho. Outra mania que tenho desde menino.

     Vi pelo jeitão que o sujeito tinha de coçar o saco, cuspir no chão e pisar com a ponta dos pés nos espinhos, que melhor seria economizar nos desaforos.

     Banquei o santinho:

     – Italianos? Tudo boa gente, né?

     Sequer disse o seu nome, mas me entregou um pedaço de papel com um endereço, dizendo que eu tinha quarenta e oito horas para me apresentar em Salvador.

     – Roupas limpas, barba bem feita e documentos no bolso. São necessários para a emissão do passaporte.

     – Passaporte?!

     – O serviço é no estrangeiro, Zé do Dedo.

     O filho de uma égua sabia o meu nome. Mau sinal.

     Um amigo que tinha uma Kombi especializada em transporte de trabalhadores rurais me deu carona até a rodoviária de Feira, onde eu pegaria o ônibus da empresa Santana para Salvador. Tinha um radinho bem xumbrega, ao lado do volante, sintonizado numa emissora barulhenta de Riachão do Jacuípe. O locutor incentivava a turma a vender suas rocinhas e comprar casa na cidade, a usar sabonete, procurar emprego em banco, jogar na loteria, beber cerveja da Brahma.

      A cada cinco ou dez minutos ele anunciava uma música que ninguém conseguia entender o título, sempre alertando tratar-se de “sucesso retumbante no Sul do País”. Cada uma pior do que a outra. Um cantor fazia tremer o para-brisa com voz fininha, gritando “Cuida beeeemmm de miiiimmmm”.

     A cantora, de voz até bonita, gemia um negócio que pedia “Me faz pequeeeeena, asa moreeeeena...”.

    

      Um grupo, que parecia os cantores de puteiros da minha juventude, ficava repetindo “Você não sabe mamaaaarrrrr, você não sabe mamaaaaaarrr”. Eu ri e comentei que era engraçado, fazer uma música para alguém que não sabia mamar, e o meu amigo me corrigiu:

     – É não soube “me amar”, abestado!

     – Se eu fosse bom de pontaria como sou de ouvido, já teria morrido de fome.

     Rimos. Pulei da Kombi, tomando cuidado para não amassar a roupa nova, e fui comprar o bilhete para a capital.

     Parei mais uma vez para contemplar o belíssimo painel de Lênio Braga na parede da rodoviária, tomei um café, um conhaque, mijei e comprei o jornal A Tarde, para me acompanhar nos cento e poucos quilômetros. O caderno de esportes, meu preferido, tinha uma grande matéria sobre os preparativos da Seleção Brasileira de Futebol, que dali a alguns dias estaria embarcando para a Espanha, onde disputaria mais uma Copa do Mundo.  A disputa anterior, na Argentina, tinha sido uma cagada só, com a seleção do Peru abrindo as pernas para o dono da casa e empurrando o Brasil no caminho de volta, antes da hora.

     Mil novecentos e oitenta e dois foi um ano complicado. Mas mil novecentos e setenta e oito foi muito pior.

     Lembrei-me do meu filho dizendo “Um dia quero assistir a uma Copa do Mundo, pai, me leva, pai, meu sonho é ver o Brasil ser campeão”.

     A expectativa de jornalistas, jogadores, treinador e torcedores era que dessa vez a coisa fosse bem diferente, pois os espanhóis são muchachos porretas e a Espanha não é nenhuma republiqueta. Sempre quis conhecer a Espanha, desde a infância, quando tive dois amigos chamados Pepe e Constantino, donos da padaria da rua onde eu morava e que sempre me davam um pãozinho doce ou bolachas no fim do dia, depois que eu ajudava o pessoal a descarregar o caminhão de lenha.

     Comecei a imaginar que seria bacana se os homens do estrangeiro trocassem o local do serviço e me mandassem para lá, em vez de para a Itália.

 

     Mas não foi assim.

     Explicaram mais ou menos a empreitada, que entendi mais ou menos, porque o conterrâneo encarregado de transformar em baianês o linguajar daqueles homens parecia bastante avexado com a tarefa. Mas deu para ficar sabendo que eu iria a Roma, não teria tempo de pedir a benção ao Papa, de lá seguiria no dia seguinte para uma cidade chamada Turim – eu entendia “durim” e o intérprete também – e que, ali, seria recebido pelo cerimonial da máfia local.

     Aí pulei da cadeira:

     – Máfia?!

     Não sei por que, mas desde menino essa palavra me provoca arrepios.

     Disseram que eu podia relaxar, que máfia naqueles dias não tinha mais nada a ver com a máfia da minha infância. Usavam o título apenas para impor respeito.

     – Que nem coronel aqui. Ainda existe coronel, na política ou nas fazendas? Não. Mas ainda se usa o título, para não perder a tradição.

     – Tutti buona gente! – disse o carcamano, bigode amarelo de nicotina e uma flâmula do Vitória em cima da mesa de trabalho.

     Não gostei. Sou Bahia. Mas primeiro a obrigação e depois a devoção. Peguei passagens e papelada, até o passaporte que, sabe-se lá como, ficou pronto em vinte minutos. Entregaram-me uma sacola cheia de dinheiro e me mandei para o Aeroporto Dois de Julho.

     No caminho, o intermediário finalmente me falou qual o serviço:

     – Coisa de cinema, Zé do Dedo! É um jogador de futebol de fama internacional. Tu vai virar destaque no mundo do crime, vai pros livros e enciclopédias. Tá rebocado!

     – Que jogador é esse, homem?

     – Vem a ser um tal de Paulo Rossi, pronuncia-se “Paolo”, que joga em Turim, no maior time de lá, o Juventus ou a Juventus,  cada um lá diz de um jeito. É só o que eu sei, Zé. Lá eles te explicam direito.

     – E qual é a bronca contra esse jogador?

     – Não faça muitas perguntas, cabra. A máfia não gosta de nego curioso.

     Aparelho de ouvir enfiado nos ouvidos, eu comecei a acompanhar no avião um filme que me levou novamente de volta à infância, ao Cine Íris, quando minha irmã me carregou para ver Candelabro italiano.  Senti uma puta vontade de chorar, sei lá por que, e me lembrei de Rita Pavone cantando Mio cuore, tu stai soffrendo, cosa posso fare per ter?

     Troço bonito. E tão fácil de entender o significado, que até eu entendia. Depois, ao redor do poste – à luz de todos os nossos sonhos –, traduzia para os amigos e fazia um sucesso medonho”.

     O sujeito de terno, gravata e tira de pano grosso enrolado em volta do pescoço, que me recebeu no Aeroporto de Roma, me chamou de Giuseppe Dedon e falou em criminalità, o que me incomodou. Pedi que me levasse logo ao hotel, pois estava cansado feito um corno.

     – Corno se cansa muito? – perguntou, e eu vi que o almofadinha falava a minha língua, estava só debochando de mim.

     Dia seguinte, partimos de carro para Turim. Ele perguntou se eu sabia manejar arma com silencioso, e eu disse que entendia mais de revólveres do que eles de macarrão. Não sorriu. Também não fez cara feia. Recebi credenciais para assistir ao treino dos jogadores, bem posicionado em local de onde teria visão privilegiada do campo e de um caminho de fuga garantida.

     Algumas vezes coloquei na mira perfeita a cabeça do atacante.

     Repeti a visita mais duas ou três vezes, pedindo ao emissário da máfia que tivesse paciência.

     – Você é que sabe a hora certa de apertar o gatilho – ele disse.

     São finíssimos.

     Uma hora lá ousei perguntar o que aconteceria se eu desistisse de fazer o serviço, movido por questões religiosas – afinal, estava tão perto do Vaticano – ou tomado de simpatia pela quase vítima.

     – Essa possibilidade não existe. Do ponto a que você chegou, não tem volta.

     Pois foi o que aconteceu: contrariando a todos os princípios do meu ofício, me tomei de simpatia pelo jogador, um cracaço a quem os mafiosos queriam ver pelas costas. Esqueci a tarefa e passei a comparecer aos treinos para aplaudir os seus dribles, deslocamentos em diagonal, chutes cheios de manha e efeito.

     O jeito que encontrei foi deixar a Itália, fugido, no dia exato em que a imprensa local noticiava a viagem da  Azurra para a campanha na Copa do Mundo daquele ano. Paolo Rossi era um dos ídolos da equipe e da torcida. Atravessando fronteiras, cheguei à Espanha e, não perguntem como – aprendi com a máfia a guardar certos segredos –, no primeiro fim de semana de julho, eu estava na cidade de Barcelona, assistindo ao espetáculo que ficou conhecido com “A tragédia de Sarriá”, vendo exatamente o cidadão de nome Paolo Rossi acabar com o sonho do meu filho.

      E pensar que eu poderia ter evitado.
(Do livro "Contos da vida absurda", Editora Casarão do Verbo, 2014)
 

quarta-feira, 14 de junho de 2017


Trilha sonora


     A toada que ele conhecia desde menino diz “Adeus, Rosinha, guarda contigo meu coração”. Cantarolando esses versos, Herculano embarcou no ônibus da Viação São Geraldo, em Glória do Goitá, preparado para três dias e duas noites de estradas ruins e travessias na alma. Para trás ficaram mulher e dois filhos pequenos que ele um dia voltaria para buscar. O Rio de Janeiro o esperava de braços abertos – que nem o Cristo da folhinha que ganhou na loja de tecidos e pregou na parede da cozinha – e cheio de amor para dar.

   Fã do lamento sonoro de Zezé Di Camargo e Luciano, Helenice entoou “É o amor... que mexe com minha cabeça e me deixa assiiiiiiimmmm...”, largando o marido para trás com dois filhos pequenos, batendo a porta de casa ainda aqueles chororôs nas ideias, o da música e o dos meninos que ficaram sem mãe.  “Faz eu pensar em você e esquecer de miiiimm”. Tocou para a rodoviária de Feira de Santana, onde embarcou no ônibus da Itapemirim com destino ao Rio de Janeiro, pois já tinha até passagem comprada com antecedência e às escondidas.

     No saguão, ao lado da escada, tinha um cego agachado sobre os calcanhares, chapéu de palha para recolher os cobres e rádio de pilha no colo, de onde se ouvia “Mundo novo, Adeus, Adeus minha amada... Eu vou pra Feira de Santana, vou vender minha boiada”. Quando o ônibus de Helenice deu a partida, o de Herculano encostou na mesma plataforma, pois Feira era uma das paradas para abastecimento e esticada de pernas na longa viagem. Na subida da escada para usar o banheiro e tomar um café, ainda estava lá o cego e o mesmo radio tocando “Vou vender minha boiada... Eu sou um pobre vaqueiro, boiadeiro é meu patrão”.

     Atirou uma moeda no chapéu de palha:

     – Segure aí, meu velho, para tomar um refresco. Foi o rei do baião quem mandou.

     Quando retomou o caminho, quarenta minutos depois, Herculano enfiou uma ponta do readfone no celular que tocava musiquinha (comprado em dez vezes nas Casas Bahia) e outro no ouvido. Começou a cantar sozinho e despreocupado, como se não tivesse mais ninguém no expresso da São Geraldo, “Que falta eu sinto de um bem, que falta me faz um xodó.” Além das músicas de Luiz Gonzaga, ele gostava de ouvir Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Alceu Valença, repertório a que chamava de cantos do nosso povo, expressão ouvida em um programa de rádio e que achou muito bacana.

     Quarenta quilômetros à frente, Helenice enfiou uma ponta do readfone no celular que tocava musiquinha (comprado em dez vezes na loja Ricardo Eletro) e outro no ouvido. Cantava, alheia ao mundo e despreocupada, como se não tivesse mais ninguém no expresso da Itapemirim, “Quando a gente ama, qualquer coisa serve para relembraaaaarrrr”.  Além das músicas de Zezé de Camargo e Luciano, ela gostava de ouvir Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano, Milionário e Zé Rico, Cascatinha e Inhanha, o que chamava de canções representativas do legítimo sentimento brasileiro caipira, expressão ouvida em um programa de televisão e que ela achou o máximo.

     Na parada para o almoço, em Vitória da Conquista, o ônibus da Itapemirim atrasou e foi alcançado pelo da São Geraldo. Os motoristas se conheciam, trocaram um aperto de mão, fumaram um cigarro juntos e em seguida a buzina tocou três vezes, chamando Helenice e os demais passageiros retardatários. Herculano e Helenice cruzaram-se no hall dos banheiros, um entrando apertado e outra saindo apressada. Deram uma paradinha diante do espelho, ela reforçou o batom e ele usou o pente de plástico que carregava no bolso para arrumar o cabelo.

     Olharam-se. Não se viram. O rádio ligado na lojinha que vendia café, refrigerante, biscoito e bolo de aipim tocava “Nosso destino quem sabe é Deus, é Deus, é Deus”, na voz de Dolores Duran, mostrando que havia outras trilhas sonoras no mundo.

     Na parada para o jantar, já em Minas Gerais, Herculano comeu um sanduíche de linguiça e tomou uma cerveja no balcão, depois ficou fumando, ouvindo e acompanhando baixinho uma música que não sabia de onde vinha e dizia “Já chegou contando a história, bebeu água e foi-se embora... Nem se despediu de mim”. Sentiu um aperto no coração e quase que chorou um pouquinho, com saudade dos filhos.

     Helenice comeu um misto quente e bebeu uma fanta laranja, na mesinha de canto, depois encostou-se ao ônibus, colocou o fio no ouvido e ficou escutando uma regravação muito linda do sucesso Menino da Porteira, feita pelo cantor Daniel, um artista que ela admirava. O verso “Nos caminhos desta vida muito espinho eu encontrei” a fez chorar um pouquinho, com saudade dos seus meninos.

     No meio da manhã de um domingo lindo e ensolarado estavam na Rodoviária Novo Rio. Helenice perguntou à moça do balcão de informações como fazer para ir até a Rocinha. A moça disse que o melhor e mais prático era pegar um táxi, mas se quisesse ela poderia ir até o terminal logo em frente, entrar no ônibus para São Conrado e descer no ponto diante da comunidade. Herculano se aproximou do guarda e pergunou como fazer para ir até a Rocinha. Recebeu a mesma orientação, com a ressalva de que bom mesmo seria ir de táxi.

    Helenice resolveu comer um pão com manteiga na lanchonete, antes de qualquer coisa, e achou engraçado a atendente estar cantando “Eu vou tirar você desse lugar, vou levar você para ficar comigo”, pois também gostava muito de Odair José. Herculano resolveu passar antes no banheiro, achou ruim ter que pagar para fazer xixi e lavar o rosto, e achou engraçado o rapaz que gira a roleta de acesso estar cantando “Eu vi o sol, vi a lua clarear, eu vi meu bem dentro do canavial”, com uma voz bem parecida com a de Jackson do Pandeiro, até mesmo um pouco fanha e também cheia de malícia. Sorriu enquanto lavava as mãos na pia e usava o seu pente de plástico.

     Herculano e Helenice acharam logo que o Rio de Janeiro era uma cidade muito musical.

     No coletivo da linha São Conrado – Rodoviária, Helenice contava os minutos para encontrar a prima Rosicleide, que trabalhava como manicure e já tinha conseguido uma vaga para ela no salão pertinho de casa. O salário seria pequeno nos meses de experiência e aprendizado, então ficaria morando com a prima, mas logo alugaria o próprio barraco. Três bancos atrás, Herculano fazia planos de encontrar o cunhado Roserval, com quem dividiria moradia no primeiro momento. Não sabia muito bem com que o sujeito trabalhava, mas ele fora muito seguro no último telefonema:

     “Pode vir que está garantido. O servicinho é um pouco arriscado, mas o dinheiro é bom e isso é o que importa.”

     Motorista e cobrador do ônibus iam cantando, juntos, um quase pagode gostoso que dizia assim:

     “Deixa a vida me levar, vida leva eu...”

     Passageiros os acompanhavam, pois se tratava de um sucesso popular, que tocava na novela e tudo. Helenice sorria. Herculano também. Estavam numa cidade muito musical.

     Nesta mesma noite Herculano saiu com o cunhado para tomar uma cerveja na birosca perto de casa, quando todas as informações sobre o trabalho que o aguardava seriam passadas. Estavam na segunda garrafa, ainda na troca de historinhas familiares de lá e de cá, quando o bando armado chegou, gritando e dando tiros para o alto. Roserval pulou mesas, cadeiras e muros, desaparecendo em direção às luzes que dançavam lá no alto. Herculano tentou se explicar, mas não deu tempo.

     Segunda-feira, nas primeiras horas do dia, o corpo do desconhecido ainda estava estirado na escadaria de acesso ao morro, bem diante da birosca. A caminho do trabalho, Helenice retirou o headfone que enfiara no ouvido tão logo saíra da cama e fez uma oração pela alma do morto. Catou um pedaço de jornal que voava por ali e espalhou as folhas sobre o cadáver, pois começava a cair uma chuvinha fina. O grupo de músicos amadores, que vinha de alguma domingueira noturna e descera da Van animado, espantava o sono com um samba:

     “Tá lá o corpo estendido no chão. Em vez de rosto uma foto de um gol”.

     Voltou a enfiar o fio no ouvido. Sentiu saudade de casa. Vontade de ligar para os meninos e dar alguma notícia. Mas qual?

 
 
 

 

AUTORES DA TRILHA SONORA:

Asa branca. Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Feira de gado. Luiz Gonzaga e Zé Dantas

Eu só quero um xodó. Dominguinhos e Gilberto Gil

Fio de cabelo. Chitãozinho e Xororó

Nosso destino. Dolores Duran

Nem se despediu de mim. Luiz Gonzaga e João Silva

O menino da porteira. Teddy Vieira e Luis Raimundo

Eu vou tirar você desse lugar. Odair José

Zabelê. Refrão de samba de roda de autor desconhecido

Deixa a vida me levar. Serginho Meriti e Eri do Cais

De frente pro crime. João Bosco e Aldir Blanc