TATU BOM DE BOLA
Artur
É
um tatu
Muito
gabola.
Corre
no capim,
Devora
cupim,
E
na grama rola.
Então
fica assim:
Vira
uma bola.
Acorda
sem medo
E
corre pra escola
Pra
sair mais cedo.
Tênis
na mochila,
Meia
na sacola,
Artur
não vacila:
É
quem monta o time,
É
o dono da bola.
Natureza
esperta,
Artur
não se aperta:
Se
não tem
Com
quem jogar,
Brinca
de golzinho,
Rolando
pra lá e pra cá.
Faz
o jogo pegar fogo
Sem
sair do lugar.
Prum
lado e pro outro
É
o maior jogador.
De
um lado e de outro
É
o maior torcedor.
E
de mentirinha, é até bandeirinha
E
também locutor.
Influi
no resultado, pra ficar feliz,
Pois
também é o juiz!
Mata
a pelota
no
peito,
Amortece
no casco,
faz
embaixada
com
a pata.
A
regra do jogo
É
sempre mata-mata.
Dá
tanta cabeçada,
Que
a testa fica roxa,
Pra
acertar o gol.
Mas
não desanima:
Está
sempre tentando
Por
baixo ou por cima.
Artur
não pede favor:
É
o que se chama de um craque cavador.
Chuta
a própria bola
Com
a ponta do rabo.
Cruza
com a pata
E
vai cabecear.
Entra
de sola
E
sabe marcar.
Corre
o campo inteiro
Sem
sair do lugar.
Está
sempre treinando,
Para
aprender com é.
Vê
todos os filmes
Dos
gols do Pelé,
Prestando
atenção,
O
olho brilhando.
O
peito até incha,
Pois
quer ser um Garrincha.
Quer
saber driblar,
Que
nem faz o Neymar.
E
chutar bem forte,
Que
nem fazia Ronaldinho.
Por
isso é que treina
Desde
pequeninho.
Não
chuta de bico:
Quer
driblar feito o Zico
(Quem
não se lembra do Galinho?).
Um
torcedor especial
Dá
pulos de alegria,
Grita
na geral,
Vibra
de emoção:
“Este
meu filho
É
mesmo um cracão!”
É
o pai do Artur,
Seu
Tatu Bolão.
E
a família inteira,
Muito
orgulhosa,
Vai
aplaudir:
A
irmã Tatuzinha,
Que
é maravilhosa,
E
o irmão Tatuí.
E
até uma torcedora ilustríssima:
Sua
mãe, dona Tatuzíssima.
Meninos
se espremem,
Na
arquibancada,
Para
vê-los jogar.
O
chamam de mestre moderno
E
levam os cadernos
Para
ele autografar.
Artur
está virando
Um
tatu pop-star.
Mas
disse o Tatu Bolinha,
Numa
conversinha,
Que
não está gostando
De
tanta folia.
Pois
só quer ser feliz,
Só
quer alegria.
E
com tanta festinha,
Anda
até assustado.
Não
sai mais dos jornais,
Grava
especiais
Na
televisão
E
quase já não toca na bola.
Às
vezes até se enrola
Com
tanta badalação.
Dando
entrevistas,
Pra
lá e pra cá,
Com
vida de artista,
De
pulo e pinote.
Bolinha
perdeu o sossego
Desde
que virou mascote
Daquela
Seleção
Que
levou um sacode
E
foi uma decepção.
Está
quase pedindo arrego,
Quer
voltar a ser “bolista”.
Impôs
uma condição
Para
os cartolas
Da
Federação:
“O
meu negócio é jogar.
Na
próxima Copa
Ponham-me
na Seleção,
Eu
não vou decepcionar.”
Fechou-se
feito uma argola,
Mas
abriu o coração:
“Posso
ser goleiro,
Quem
sabe zagueiro,
Ou
médio volante.
Posso
ser ponteiro,
Ou
até atacante,
Que
não faz firula.
Para
ser mascote,
Melhor
ser gandula.
Não
vou ficar preso
Nesse
cartaz.
Quero
muito mais:
Brilhar
no gramado,
Ser
ovacionado,
Sair
da gaiola.
Fica
combinado:
Eu
vou ser a bola!
(Livro infantojuvenil "Tatu bom de bola". Editora Melhoramentos, 2018)
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